Fratura de Costela
Fraturas de costelas são lesões comuns, quase sempre causadas por trauma por forças contusas e quedas.
Os principais fatores para a sua suspeita são:
– Fatores de risco (trauma contuso, quedas, idade acima de 60 anos, osteoporose, portador de tumores malignos, etc.)
– Dor torácica (localizada e que piora com os movimentos respiratórios e principalmente com a tosse)
– Dispneia (que significa a “falta de ar” aos esforços e até em repouso nos casos mais graves).
– Exame físico com piora importante da dor na compressão do local fraturado (que quase sempre é aquele local que dói na respiração).
Na suspeita de uma fratura de costela o médico deve ser procurado, uma vez que é importante a confirmação diagnóstica para que se institua o tratamento adequado. Além disso a fratura de costela pode ser o primeiro sinal de que algo não está bem e que possa eventualmente ter ocorrido lesão de algum outro órgão como o pulmão ou sangramento para a pleura.
A confirmação diagnóstica é feita por meio de exames de imagem. A radiografia do tórax que sempre é solicitada, porque nos permite uma visão geral do tórax, as vezes não consegue mostrar bem a fratura, principalmente se não tiver desvio dos fragmentos fraturados. A radiografia própria dos arcos costais é solicitada e quase sempre confirma o diagnóstico. A tomografia computadorizada por vezes é solicitada para avaliação de lesões associadas nos órgãos internos.
Na maioria das vezes as fraturas de costelas são lesões benignas, porém não podem ser subestimadas e temos que tomar mais cuidados em situações como:
– Fraturas em crianças pequenas (por terem um gradil costal mais flexível significa que para que ocorra uma fratura a força na contusão foi muito grande).
– Fraturas em idosos (porque com frequência complicam com problemas respiratórios, como a pneumonia).
– Fraturas dos 2 primeiros arcos costais (podem estar associadas com lesões dos nervos e vasos dos membros superiores).
– Fraturas dos últimos arcos costais (podem estar associadas com lesões dos órgãos internos do abdome).
– Fraturas costais múltiplas (porque a força contusa foi muito grande e provavelmente também provocou uma contusão pulmonar que pode determinar insuficiência respiratória aguda e até o óbito).
– Grandes acidentes (é muito provável que junto com a fratura costal tenhamos lesão de outros órgãos).
Nas fraturas simples os pacientes são medicados com analgésicos e orientados para realizarem fisioterapia respiratória. A fisioterapia respiratória é fundamental nos idosos e nos pacientes que já tem alguma doença do aparelho respiratório, pois se reterem secreção respiratória fazem pneumonia com facilidade. Não se recomenda o enfaixamento circular do tórax para o controle da dor, porque pode restringir ainda mais a respiração e facilitar a retenção de secreções e a consequente pneumonia.
Quando a dor é muito forte pode ser realizada a anestesia do nervo intercostal que passa abaixo da costela.
Nos casos onde existem lesões de órgãos internos do tórax um cirurgião torácico é chamado e tomará as medidas necessárias para cada caso.
Professor João José de Deus Cardoso
Cirurgia Torácica
Departamento de Cirurgia