Acidente Vascular Cerebral (AVC)

16/09/2019 17:26

O  CÉREBRO  EM  RISCO

O acidente vascular cerebral (AVC), popularmente denominado de “derrame”, é uma das mais comuns causas de morte na população em geral. É considerada como a segunda causa de morte de origem cardiovascular e a mais comum decorrente de desordens neurológicas. Além do importante risco de vida, as incapacidades físicas e intelectuais causadas pelo AVC afetam, de forma bastante significativa, o bem estar do próprio paciente, de seus familiares e da sociedade ao seu redor.

O AVC é muitas vezes causado pelo depósito de “gordura”, cálcio e outros elementos nas artérias que transportam sangue para o cérebro, chamadas de artérias carótidas. Processo este denominado de aterosclerose. Quando uma dessas artérias sofre uma obstrução ou redução do fluxo de sangue, o território que deveria ser irrigado por ela entra em processo de sofrimento e muitas células, principalmente os neurônios, acabam morrendo. Esses eventos caracterizam o acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi).

As manifestações clínicas mais comuns são: perda repentina da força muscular e/ou da visão, dormência na face, dificuldade de comunicação oral (fala arrastada) e de  compreensão, tonturas, formigamento em um dos lados do corpo e alterações da memória ou comportamento. Algumas vezes, esses sintomas podem ser transitórios – ataque isquêmico transitório (AIT). Nem por isso deixam de exigir cuidados médicos imediatos.

Os principais fatores de risco incluem: tabagismo, diabetes, obesidade, hipertensão, colesterol elevado, idade avançada, sedentarismo, estresse e histórico familiar. A melhor maneira de prevenir um AVCi é manter um estilo de vida saudável, praticar  exercícios regularmente, parar de fumar, controle de dieta livre de gordura saturada, controle do peso e controle de doenças como diabetes, hipertensão e colesterol elevado.

O acidente vascular cerebral é uma emergência médica e o paciente deve ser encaminhado imediatamente para atendimento hospitalar. Alguns medicamentos, cuidados e intervenções precoces podem fazer toda a diferença no resultado e prevenir sequelas. Quanto menor o tempo entre o AVCi e o início do tratamento especializado, maiores são as chances de sucesso e de diminuir a extensão dos danos.

A presença de uma lesão na artéria carótida indica a necessidade de tratamento. As lesões menores (principalmente aquelas inferiores a 60%) são geralmente tratadas com medicamentos e controle dos fatores de risco (descritos acima no texto). Lesões maiores (principalmente superiores a 70%) devem ser avaliadas por um médico especialista vascular e este poderá decidir sobre a indicação de realizar uma intervenção cirúrgica ou endovascular. A técnica endovascular é um método de tratamento minimamente invasivo e consiste no uso de balões e “stents” para abrir as artérias carótidas através de uma punção na região inguinal (virilha).

Mesmo com os avanços obtidos no tratamento das lesões carotídeas, principalmente no que se refere a diminuição dos acidentes vasculares cerebrais, o diagnostico precoce, a identificação e a prevenção dos fatores de risco continuam sendo a medida mais eficaz para minimizar o impacto desta doença.

Prof. Dr. Rafael Narciso Franklin

Serviço de Cirurgia Vascular