Departamento de Cirurgia
  • Fratura de Costela

    Publicado em 05/07/2019 às 14:17

    Fraturas de costelas são lesões comuns, quase sempre causadas por trauma por forças contusas e quedas.

    Os principais fatores para a sua suspeita são:

    – Fatores de risco (trauma contuso, quedas, idade acima de 60 anos, osteoporose, portador de tumores malignos, etc.)

    – Dor torácica (localizada e que piora com os movimentos respiratórios e principalmente com a tosse)

    – Dispneia (que significa a “falta de ar” aos esforços e até em repouso nos casos mais graves).

    – Exame físico com piora importante da dor na compressão do local fraturado (que quase sempre é aquele local que dói na respiração).

    Na suspeita de uma fratura de costela o médico deve ser procurado, uma vez que é importante a confirmação diagnóstica para que se institua o tratamento adequado. Além disso a fratura de costela pode ser o primeiro sinal de que algo não está bem e que possa eventualmente ter ocorrido lesão de algum outro órgão como o pulmão ou sangramento para a pleura.

    A confirmação diagnóstica é feita por meio de exames de imagem. A radiografia do tórax que sempre é solicitada, porque nos permite uma visão geral do tórax, as vezes não consegue mostrar bem a fratura, principalmente se não tiver desvio dos fragmentos fraturados. A radiografia própria dos arcos costais é solicitada e quase sempre confirma o diagnóstico. A tomografia computadorizada por vezes é solicitada para avaliação de lesões associadas nos órgãos internos.

    Na maioria das vezes as fraturas de costelas são lesões benignas, porém não podem ser subestimadas e temos que tomar mais cuidados em situações como:

    – Fraturas em crianças pequenas (por terem um gradil costal mais flexível significa que para que ocorra uma fratura a força na contusão foi muito grande).

    – Fraturas em idosos (porque com frequência complicam com problemas respiratórios, como a pneumonia).

    – Fraturas dos 2 primeiros arcos costais (podem estar associadas com lesões dos nervos e vasos dos membros superiores).

    – Fraturas dos últimos arcos costais (podem estar associadas com lesões dos órgãos internos do abdome).

    – Fraturas costais múltiplas (porque a força contusa foi muito grande e provavelmente também provocou uma contusão pulmonar que pode determinar insuficiência respiratória aguda e até o óbito).

    – Grandes acidentes (é muito provável que junto com a fratura costal tenhamos lesão de outros órgãos).

    Nas fraturas simples os pacientes são medicados com analgésicos e orientados para realizarem fisioterapia respiratória. A fisioterapia respiratória é fundamental nos idosos e nos pacientes que já tem alguma doença do aparelho respiratório, pois se reterem secreção respiratória fazem pneumonia com facilidade. Não se recomenda o enfaixamento circular do tórax para o controle da dor, porque pode restringir ainda mais a respiração e facilitar a retenção de secreções e a consequente pneumonia.

    Quando a dor é muito forte pode ser realizada a anestesia do nervo intercostal que passa abaixo da costela.

    Nos casos onde existem lesões de órgãos internos do tórax um cirurgião torácico é chamado e tomará as medidas necessárias para cada caso.

     

     

    Professor João José de Deus Cardoso

    Cirurgia Torácica

    Departamento de Cirurgia


  • Pedras Na Vesícula

    Publicado em 21/03/2016 às 14:22

    As pedras na vesícula cientificamente chamadas de cálculos são formadas principalmente por dois fatores: genética e meio ambiente (hábitos alimentares basicamente).

    Existem diferentes tipos de cálculos que podem ter na sua composição colesterol, bilirrubina e outros elementos. Em Santa Catarina tudo indica que exista um predomínio de cálculos de colesterol.

    Os cálculos são formados dentro da vesícula biliar por um desequilíbrio entre os vários componentes da bile. Existe uma saturação dos componentes como por exemplo o colesterol e falta água para dissolver esses cristais que se precipitam e começam a crescer formando os cálculos que com o passar do tempo continuam aumentando de tamanho.

    As mulheres brancas, obesas e multíparas (muitos filhos) têm maior propensão a formarem esses cálculos.

    Os cálculos podem ficar dentro da vesícula e não causarem nenhum problema.

    As vezes um deles pode obstruir o canal de saída da vesícula (canal cístico) e impedirem a saída da bile para um outro canal chamado de colédoco ou “canal da bile”.

    Pode ser que esse entupimento seja transitório e o paciente vai somente sentir dor em cólica na região da vesícula erroneamente atribuída a “dor no fígado”.

    Outras vezes o cálculo causa dor, inflamação e infecção da vesícula. Essa condição é chamada de colecistite aguda e necessita cirurgia para retirar a vesícula doente junto com os cálculos. Essa operação pode ser feita por vídeolaparoscopia ou por laparotomia (abertura do abdome com um corte maior).

    A vesícula pode conter um ou vários cálculos que podem ser de vários tamanhos. Os mais problemáticos são os muito pequenos porque podem ser causa de uma outra doença chamada pancreatite aguda.

    O exame que indica a presença ou não dos cálculos é o ultrassom. Não há necessidade de tomografias ou outros exames de imagem mais sofisticados.

    Na maioria das pessoas a retirada da vesícula não causa problemas mas um percentual pequeno pode vir a ter problemas de digestão depois da cirurgia que as vezes melhoram com o tempo.

    Prof. Marcelo B. Teive MD MSC PhD


  • Aneurisma de Aorta

    Publicado em 29/05/2015 às 16:27

    UMA BOMBA RELÓGIO??!!

     

    Com muita frequência recebemos pacientes encaminhados de outros colegas ou serviços com a seguinte história: “Doutor estou aqui por que o médico me disse que estou com uma bomba relógio aqui dentro.”

    Trata-se de mais um paciente portador de aneurisma de aorta, que chega assustado com a possibilidade de uma “explosão” a qualquer momento dentro do seu corpo.

    Esta comparação até pode ser válida, porem na maioria das vezes deixa em pânico o paciente.

     

    MAS O QUE É ESTA BOMBA RELÓGIO?, O QUE É UM ANEURISMA DE AORTA?

     

    Aneurisma é uma dilatação que acomete um segmento de um vaso, sempre uma artéria. Esta dilatação na maioria das vezes acomete pacientes acima de 60 anos, é mais frequente nos homens, porem nas mulheres também é encontrado. Os aneurismas também podem surgir a partir de um trauma, porem são mais raros.

    Esta condição quase sempre é silenciosa, isto é, não causa sintomas e cresce lentamente ao longo do tempo. Sua evolução natural é o crescimento até o momento que a parede do vaso rompe causando uma grande hemorragia. O aneurisma não avisa quando vai romper, por isso a comparação com uma bomba relógio. Ele cresce silenciosamente, isto é, não causa sintomas durante o crescimento. Em algumas ocasiões o paciente apresenta outra condição clínica grave que poderá levar o paciente ao óbito antes do aneurisma romper.

     

    O que causa um aneurisma de aorta abdominal (AAA) ?

    O AAA é mais freqüente em homens com mais de 60 anos. No entanto, o AAA pode afetar a qualquer pessoa. As causas mais comuns de AAA são:

    O histórico médico familiar é o fator de risco mais importante para desenvolvimento de um AAA. A Aterosclerose, comumente chamada de “endurecimento das artérias” é o acúmulo de depósitos gordurosos (placas) no revestimento interno da artéria. Esta condição junto com pressão alta e tabagismo também são importantes fatores de risco para o crescimento e ruptura dos aneurismas.

     

    Qual a história natural de um aneurisma de aorta abdominal?

    A história natural de um aneurisma de aorta abdominal é a de expansão (crescimento) gradual. Enquanto estudos têm demonstrado que os aneurismas tendem a se expandir aproximadamente uma média de 0,5 cm por ano, os aneurismas maiores tendem a crescer mais rapidamente. Suas paredes são menos capazes de resistir a força da pressão sanguínea na parede aórtica enquanto o coração bombeia o sangue por todo o corpo. Muitos médicos optam por tratar aneurismas que tenham tamanho maior que 5 cm, mas muitos fatores influenciam nessa decisão de tratamento. A decisão do momento mais adequado para realizar o tratamento do aneurisma deverá ser discutida com um especialista, o Cirurgião Vascular.

     

    Quais os sintomas de um aneurisma de aorta abdominal?

    Infelizmente, os aneurismas apresentam um comportamento silencioso, isto é, não apresentam nenhum sintoma, embora estejam crescendo continuamente.

     

    Os aneurismas que estão em crescendo rapidamente ou em expansão aguda podem causar sintomas como:

    • Sensação de pulsação no abdome
    • Fraqueza nas pernas
    • Dor abdominal, costas, peito ou na virilha
    • Dormência nas nádegas

    Os sintomas que estão associados à ruptura de AAA incluem:

    • Sinais súbitos de choque (que súbita da pressão arterial), como sensação de frio e sudorese;
    • Tonturas, desmaios ou perda de consciência;
    • Súbita fraqueza sem motivo;
    • Batimentos cardíacos acelerados;
    • Dor severa no abdome ou nas costas.

     

     

    Que exame diagnostica um aneurisma de aorta abdominal?

    Quando seu médico escuta seu abdome com um estetoscópio, ele pode ouvir um “sopro” ou um som de “ventania”. Isto pode indicar a existência de um aneurisma. Muitas vezes o aneurisma é detectado durante um exame de uma condição sem relação com o AAA. Quando existe a possibilidade de um aneurisma estar presente, exames de imagem são necessários. Existe uma variedade de exames para diagnóstico de AAA:

    • TC (tomografia Computadorizada)
    • RM (ressonância magnética)
    • Ultrassom
    • Angiografia
    • RX

     

    Alguns destes exames podem ser usados também para avaliar a velocidade em que o seu aneurisma está crescendo.

     

    Como um aneurisma de aorta abdominal é tratado?

    A decisão de tratar o aneurisma é baseada no tamanho do seu aneurisma e a velocidade de seu crescimento. Você deve discutir essa decisão de tratamento com seu médico e ter todas as suas dúvidas esclarecidas.

    Tratamento cirúrgico

    Historicamente, os aneurismas da aorta abdominal têm sido tratados com procedimento cirúrgico. O cirurgião consegue acesso à aorta através da abertura do abdome, então costura uma prótese sintética no segmento normal da aorta acima e abaixo do aneurisma. Por tratar-se de uma incisão extensa, os pacientes que apresentem problemas de saúde podem passar por uma recuperação prolongada. Alguns pacientes são considerados em condições impróprias para a cirurgia que apresenta altos riscos de mortalidade e morbidade.

     

    Tratamento endovascular

    Há mais de 20 anos, foram desenvolvidas as próteses endovasculares que proporcionaram uma segunda opção de tratamento menos invasiva. A endoprótese é inserida através das artérias da virilha que são acessadas através de pequenas incisões nas duas virilhas. O procedimento é orientado por imagens de RX, permitindo a condução da endoprótese dentro de cateteres até o aneurisma dentro da aorta para fazer uma ponte na área dilatada. O tempo de recuperação depois de um procedimento endovascular tem se demonstrado inferior ao do procedimento cirúrgico.

    Atualmente, existem várias endopróteses que têm a aprovação do governo para uso em muitos países. Hoje em dia, pacientes que são tratados com endopróteses são orientados a ter um acompanhamento durante toda a vida. Apenas o seu médico pode determinar se a sua anatomia é adequada ou não para correção endovascular. Existem estudos que mostram que esta técnica é segura e eficaz e apresenta menos riscos para os pacientes quando comparado à cirurgia convencional.

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     Prof. Dr. Pierre Galvagni Silveira

    Cirurgia Vascular e Endovascular

    Prof. Dr. Gilberto do Nascimento Galego

    Cirurgia Vascular e Endovascular

    Prof. Dr. Edson José Cardoso

    Cirurgia Vascular

    SERVIÇO DE CIRURGIA VASCULAR E ENDOVASCULAR-DEPARTAMENTO DE CIRURGIA-HU-UFSC


  • Choque Anafilático e Anestesia

    Publicado em 06/02/2015 às 1:31

    O QUE É O CHOQUE ANAFILÁTICO ?
    O choque anafilático é uma reação alérgica grave que resulta em intensa queda da pressão arterial e problemas de circulação, dos pulmões e do coração. Nessa situação o paciente corre risco de morte.

    QUAL O RISCO DE ACONTECER UM CHOQUE ANAFILÁTICO DURANTE ANESTESIA?
    O choque anafilático durante anestesias é raro. A incidência varia de acordo com o país: na França é de 1 caso para cada 13.000 anestesias aplicadas.

    QUEM TEM RISCO DE FAZER CHOQUE ANAFILÁTICO DURANTE A ANESTESIA?
    O choque anafilático habitualmente ocorre em pacientes já sensibilizados, ou seja, durante a vida, o paciente já teve contato com a substância química que promoverá a reação alérgica. Na maioria dos casos esta reação alérgica é dita “cruzada”, isto é, elementos químicos principalmente presentes em materiais de limpeza doméstica, em produtos de beleza, em tintas para cabelo ou alimentos vão sensibilizando o paciente ao longo dos anos. Assim, estando o paciente sensibilizado, haverá o choque anafilático quando do contato com anestésicos, que tem grupamentos químicos em comum com os elementos citados acima.
    Pode-se concluir então que, a maior parte dos choques anafiláticos ocorre em cabelereiras, em mulheres, em pessoas que tem contato com desinfetantes usados em limpeza doméstica, os da área da saúde, e aqueles com alergias a alimentos, como o kiwi, a banana e nozes.

    COMO PREVENIR UM CHOQUE ANAFILÁTICO DURANTE A ANESTESIA?
    Não há maneiras de prevenir o choque anafilático. Mas é importante informar ao anestesista na ENTREVISTA PRÉ-ANESTÉSICA, a sua profissão e se já teve alguma reação alérgica, principalmente se ela foi grave e necessitou de atendimento médico.

    HÁ ALGUM TESTE PARA PREVENIR O CHOQUE ANAFILÁTICO DURANTE UMA ANESTESIA?
    Não, não existem testes para isso.
    A não ser se você já teve uma reação alérgica grave; nesses casos, os testes alérgicos deverão ser feitos por médicos especializados e o resultado comunicado ao anestesista.


  • Anestesia: tire as suas dúvidas

    Publicado em 15/11/2014 às 16:35

    A anestesia existe para você não sentir dor durante uma operação, ou ficar confortável durante exames sob anestesia ou sedação.

     

    COMO DEVO ME PREPARAR PARA UMA ANESTESIA?

    Antes da operação é recomendado que você compareça à CONSULTA PRÉ-ANESTÉSICA.

    ESTA ENTREVISTA COM O ANESTESISTA É MUITO IMPORTANTE, porque você tirará todas as suas dúvidas sobre a anestesia e ele poderá PLANEJAR A MELHOR ANESTESIA para o seu caso. Isso diminuirá o RISCOS que existem.

    Na CONSULTA PRÉ-ANESTÉSICA você informará sobre as suas doenças, como está no momento, e sobre os remédios que você toma, se fuma ou usa bebidas alcoólicas ou algum tóxico. Isso é bem importante, porque estes hábitos interferem na anestesia. Também é importante dizer se já fez operações, quais foram e se houve algum problema, e se alguém da sua família teve problemas com anestesia.

    O anestesista informará quais os remédios que você deve suspender antes da operação e quais exames de laboratório ou outros que você ainda precisa fazer.

    Se o médico anestesista conhece tudo isso, sua ANESTESIA SERÁ MUITO MAIS SEGURA.

    Você deverá fazer jejum conforme a recomendação do anestesista e vir acompanhado de um adulto , no caso de você voltar pra casa no mesmo dia.

     

    QUAL O RISCO DE UMA ANESTESIA DAR PROBLEMAS ?

    A anestesia é atualmente um procedimento seguro.

    Riscos existem em tudo, ate atravessar uma rua. O mais importante é ter profissionais competentes, incluindo o cirurgião e sua equipe.

    Se você tem bons médicos e um bom hospital, os riscos dependem de sua condição de saúde. Isso lhe será explicado na CONSULTA PRÉ-ANESTÉSICA.

     

    QUANTO TEMPO DURA UMA ANESTESIA?

    A anestesia vai durar o tempo de sua operação, seja na anestesia geral ou em outra , de forma que você não corra o risco de sentir dor ou acordar antes do fim da operação.

     

    COMO É FEITO O ACOMPANHAMENTO DURANTE A OPERAÇÃO?

    O anestesista ficará ao seu lado durante toda a operação, acompanhando o procedimento e no final, vai encaminha-lo à Sala de Recuperação , para você se recuperar totalmente da anestesia, podendo depois ir para o seu quarto ou se for o caso, para a sua casa. Também haverá preocupação em lhe dar medicamentos contra a dor e contra vômitos. Durante a operação você não corre o risco de falar o que não deseja e nem ficará com seu corpo descoberto. O risco de acordar ou sentir dor é praticamente nulo durante uma operação.

     

    QUAIS OS TIPOS DE ANESTESIA QUE EXISTEM? POSSO ESCOLHER UMA ANESTESIA?

    Há muitas formas de anestesia , desde anestesia só no local da operação, até anestesias gerais para grandes operações.

    Vamos dar uns exemplos: se você vai retirar um sinal pequeno de pele, o cirurgião mesmo fará a sua anestesia local. Se você for operar a sua hérnia na virilha ou vai fazer uma cesareana, poderá ser feita uma anestesia da cintura para baixo, chamada anestesia regional sobre a coluna(uma região do seu corpo); se você for operar o seu estômago ou a sua vesícula, será feita uma anestesia geral.

    Em todas elas você não sentirá dor e no caso da anestesia geral, vai dormir. No caso de uma anestesia regional, você poderá ou não dormir, vai depender de cada caso.

    Você poderá escolher sim, mas vai depender de cada caso.

     

    QUEM DEVE APLICAR UMA ANESTESIA?

    Mesmo para cirurgias pequenas ou procedimentos de sedação para exames em clínicas, somente deve aplicar anestesia um médico que teve a especialização para isso. Lembre-se que já mostramos a importância de você ter um médico preparado e competente ao seu lado.

    As Consultas pré-anestésicas no HU são realizadas as quartas e sextas-feiras das 14 as 16 h.

     

    Professora Doutora Maria Cristina Simões de Almeida

    Serviço de Anestesiologia –HU-UFSC

    Departamento de Cirurgia